O morto faz dez anos. Impossível! diz uma voz dentro da minha cabeça. Mas a memória não mente e a lápide comprova: 2009.01.10.
E por isso lá fomos, eu e o L., até à campa marcar presença, saudar o morto, conversar com ele, que é como quem diz, com a terra, o mármore, os bichos, pois o morto deve andar por aí a passear.
Mais logo, uma vez que dez anos sempre é uma década, eu e o L. vamos celebrar o morto através de um dos seus mortos preferidos. Vamos à Cinemateca ver a Viagem ao Princípio do Mundo, do Manoel de Oliveira. O último filme de Mastroianni. E com as Leonor Silveira, claro. O morto fica contente. Mesmo na sendo a Francisca.
O morto, talvez por completar uma data redonda, expressão que nunca compreendi, tem aparecido mais. Pode ser simplesmente porque lhe cheira a casa nova e quer garantir um bom lugar. De todo o modo fico contente. Lá porque está morto não deve deixar de aparecer. Bem pelo contrário.
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