Lemos como nos cortamos, distraímo-nos da dor com leituras cruzadas, para fingir que temos tempo para ler todos os livros do mundo. Todos os livros do nosso mundo.
O importante é alimentar o vício, sem deixar o sangue esvair-se pelos golpes. De quando em vez mudar os temas, pedir livros emprestados para ter a distracção da propriedade, sonhar com uma vida diferente, que nos permitisse ler mais, o dobro, triplo. Construir uma biblioteca acumulada de livros por ler, cada vez mais, na razão proporcional do nosso remorso e das feridas abertas. Procurar uma meditação qualquer para aceitar a impossibilidade da cura, para aceitar a convivência pacífica com as feridas.
'Feridas abertas': não conseguiria definir de melhor forma.
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