quarta-feira, 8 de outubro de 2003

Sim, eu sei...





Sim, eu sei, há regras e há lógicas no Mundo. Sei muito bem o que há saber sobre regras (digamos que tenho contactos no mundo do Direito) e quanto à lógica, vou aprendendo por aí, nos livros e nas pessoas. Mas quem tem isso a ver/haver com o sonho e com a crença? Por que não havemos de acreditar que as regras se vão frustrar na sua aplicação e que a lógica se demoverá perante as evidências?



O que quero dizer é que não confundo a realidade com o sonho. Sim, sei do cinismo e da frieza das coisas mas também sei o que pode fazer o poder de acreditar e de lutar. E de sorrir. Sorrir muito. Estar sempre a sorrir, como uma linguagem total, como uma forma de falar e de amar. Como uma forma total de expressar um modo de ser.



O que vos quero dizer é que acredito. Acredito que as coisas podem ser como desejamos mesmo que, sobretudo se, tudo se mostre contra o que desejamos, contra o que acreditamos. Mesmo que a experiência nos mostre algo diferente, mesmo que as regras apontem nesse sentido, mesmo que as probabilidades sejam mínimas.



Eu gosto de apostar nas hipóteses mínimas. Gosto de estar do lado do vencidos à partida. Gosto lutar do lado dos supostos mais fracos. Gosto de pensar que as coisas não têm de ser como são. Só porque sempre foram assim. Não sou definitivamente um conservador... excepto de mim mesmo.



Talvez o que vos esteja a tentar dizer é que gosto que as coisas tenham regras e lógica. E gostei de estudá-las e compreendê-las, tão-só para perceber a sua mecânica e compreender como podemos equilibrar-nos no fio da navalha e gritar por algo diferente. Não temos de acomodar-nos. Gosto de perceber os sistemas para poder criticá-los. Todas as existências se destroem e recriam por dentro. A resistência ao exterior é sempre mais fácil.



Enfim, acho que o que vos tento dizer, é que não sei viver sem ser sobressaltado, e provavelmente infeliz, por pretender desafiar as regras e a lógica, a experiência e conseguir por uma vez, nem que seja por um segundo, estar no momento de algo diferente, algo à margem das regras e da lógica, que se cria no sentimento. No puro sentimento. Profundo. Percebido.



Well....I know what I mean anyway...

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