quarta-feira, 22 de outubro de 2003

O renovado agradecimento





Há alguns livros que folheio todas as semanas, relendo algumas das suas páginas como alimento singular para o espírito.

Um deles é Sete cartas a um jovem filósofo de Agostinho da Silva. Há livros com que crescemos e que, assim, crescem connosco, revelando-se e revelando todo o seu esplendor a cada leitura, entenda-se, a cada experiência acumulada no olhar que de novo lê. Eis aqui o exemplo acabado. Cada semana que folheio As sete cartas... sempre a obra me parece algo diversa.

É curioso, acontece-me o mesmo com outra obra com o toque de Agostinho, Três Ensaios - Do professorado; Da educação das crianças; Da arte de discutir - de Montaigne, por ele traduzidos. Livros fundamentais.





Deixo-vos só esta amostra.



"Sinto-me bem mais orgulhoso com a vitória que obtenho sobre mim próprio quando, no ardor do combate, me curvo sob o peso das razões do meu adversário, do que me satisfaço com a vitória que obtenho sobre ele pela sua fraqueza"



"Na minha terra e no meu tempo, a sabedoria melhora bastante as bolsas, raramente os espíritos"



e a minha preferida...



"Entretanto, nada me irrita mais na estupidez de que a satisfação que tem de si própria, maior do que a que, razoavelmente, pode ter qualquer inteligência"



Montaigne, Da arte de discutir.





Obrigado, Agostinho. Por tudo.



"Ou você tem a obra e a fará, através de todos os riscos, ou não a fará, porque a não tem"



Agostinho da Silva, Sete cartas a um jovem filósofo

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