O renovado agradecimento
Há alguns livros que folheio todas as semanas, relendo algumas das suas páginas como alimento singular para o espírito.
Um deles é Sete cartas a um jovem filósofo de Agostinho da Silva. Há livros com que crescemos e que, assim, crescem connosco, revelando-se e revelando todo o seu esplendor a cada leitura, entenda-se, a cada experiência acumulada no olhar que de novo lê. Eis aqui o exemplo acabado. Cada semana que folheio As sete cartas... sempre a obra me parece algo diversa.
É curioso, acontece-me o mesmo com outra obra com o toque de Agostinho, Três Ensaios - Do professorado; Da educação das crianças; Da arte de discutir - de Montaigne, por ele traduzidos. Livros fundamentais.
Deixo-vos só esta amostra.
"Sinto-me bem mais orgulhoso com a vitória que obtenho sobre mim próprio quando, no ardor do combate, me curvo sob o peso das razões do meu adversário, do que me satisfaço com a vitória que obtenho sobre ele pela sua fraqueza"
"Na minha terra e no meu tempo, a sabedoria melhora bastante as bolsas, raramente os espíritos"
e a minha preferida...
"Entretanto, nada me irrita mais na estupidez de que a satisfação que tem de si própria, maior do que a que, razoavelmente, pode ter qualquer inteligência"
Montaigne, Da arte de discutir.
Obrigado, Agostinho. Por tudo.
"Ou você tem a obra e a fará, através de todos os riscos, ou não a fará, porque a não tem"
Agostinho da Silva, Sete cartas a um jovem filósofo
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