terça-feira, 21 de outubro de 2003

O Pântano



eu chamar-lhe-ia A decadência, ao magnífico filme argentino realizado por Lucrecia Martel. Uma decadência tanto mais cruel e assustadora quanto se presencia no meio da juventude, sempre com crianças e adolescentes pululando por todo o lado.

O Pantâno é um filme magnífico de uma fotografia realista brutal que assim acompanha a história simples que sempre encerra a complexidade indizível da vida. Queremos desmontar tudo o que está acontecer para compreender tudo o que está a acontecer. Mas tal é impossível pois estamos num pântano e as areias, como o tempo, vão escorrendo e tudo arrastando. Vida, risos e juventude.

Todos recebem esta marca, por todos perpassa a perdição, mesmo através de evidências físicas. O desfecho é o menos importante. Mas é inevitável, brutal e sem explicação ou merecimento.

Como a vida.





No cinema King, em Lisboa

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