quinta-feira, 9 de outubro de 2003

Depois



Depois ela chegará, despercebida (não a Liz Fraser, mas o meu amor) e eu estarei ainda cansado, silente, com um imperceptível sorriso no rosto, esboço de um total sorriso interior. Estarei ali frágil, despido, cru perante ela, sem subterfúgios, sem diversões, sem manobras, estarei ali, revelado e entregue. E num repente, entre a linguagem do lamento e da libertação, com um travo meio apalhaçado e ridículo direi:



"Oh I want you, Oh I want you... like a kangaroo..."



repetirei este canto uma ou duas vezes. Não sei como reagirás, que forma tomará o teu rosto, que movimentos o teu corpo. Não sei o que sentirás por dentro, que imagens se desenharão no teu horizonte imaginário. Apenas sei que vou ouvir, entre a realidade e o sonho, os teus lábios proferirem, em jeito de resposta



"Oh really my dear I can't see what we fear.

Standing here with ourselves in between us.

And at the door, we can't say more, than just another day.

And without a sound, I turn around, and walk away."




E não será uma partida, mas antes um regresso e teremos um caminho à nossa frente, sem promessas ou ansiedades, só desejos.

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