segunda-feira, 28 de abril de 2008

A saída fácil do jornalismo português

A imprensa portuguesa, pelo menos aquela que costumo ler, escolheu claramente a saída fácil. Num mundo em que todos os jornalistas são escritores à espera de acontecer e é mais importante a opinião que o facto - que morra e se enterre - a imprensa portuguesa opta pela endogamia da opinião, pela aridez do colunismo. Explico: escrevem sempre os mesmos e quando não são os mesmo são simplesmente maus. Em Portugal das duas uma: ou escrevem nos jornais os comentadores que comentam não se sabe bem porquê (ou o quê) ou escrevem nos jornais pessoas que não se sabe quem são e o que traz a mais a sua opinião. Fulano quer saber como vai o mundo e compra um jornal, pois saber como vai o mundo é a última coisa que vai conseguir mas ficará, com toda a certeza, com várias opiniões sobre algo que, na verdade, nem percebe bem o que é.

Investe-se pouco em jornalismo de qualidade quando se confunde qualidade do jornalismo com a qualidade da escrita. Na imprensa, a segunda só é relevante se a primeira estiver garantida. Se for ao contrário o que temos é uma farsa. E, infelizmente, nem isso vamos tendo, só boçalidade.

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