sexta-feira, 28 de março de 2008

O fato faz o homem

Apesar de acreditar piamente no contrário, o título provocatório para mim mesmo, tem a intenção de chamar a atenção para um sentimento que por vezes me ataca quando me visto com determinada roupa. Por exemplo, um novo fato com uma nova camisa onde pela manhã coloco os meus botões de punho preferidos. A selecção da gravata para combinar com o meu sentido de equilíbrio das cores, entre o olho de perdiz do fato e as ténues riscas verticais da camisa. O sapato brogue bem engraxado de preto. O relógio de mostrador grande em tons prateados a aparecer no punho. O cinto de fivela em moldura de couro preto a condizer com os sapatos. Nestes dias há um sentimento de agir sobre o mundo de uma forma mais precisa e mais ampla, como se os gestos fossem mais certos e lapidados, a vontade mais clara, uma lucidez prístina, um humor emocional. É estranho, mas é assim mesmo.

2 comentários:

  1. é difícil imaginar-te como te acabaste de descrever. não imagino o Bairrão de gravata. :p

    (embora a palavra Bairrão tenha a sua imponência aristocrática. mas tem também aquele lado arriscado de poder fugir para Bairrista. hihi. wonderful world.)

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  2. concordo...aliás...a vestimenta faz o humano...e depois dentro da vesimenta...o bikini faz a mulher...o vestido faz a mulher...os calções fazem o homem e por aí fora...e hà determinados tiques que vêm de brinde com cada roupa...
    o fato faz o homem mas o homem também pode fazer o fato...e a espiral do tema começa e contornar-me...

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