segunda-feira, 11 de junho de 2007

23 (e não sei como é que nunca tinha associado a minha obsessão e este 23 em particular...)

Comecei a jogar street basket regularmente lá pelo anos de 1990, 91. Nessa altura, para mim, Jordan era a estrela e, logo, eu era pelo Magic. Não só porque o meu jogo era sobretudo mais passador, com o Ciências a extremo infalível, mas porque o Magic era um tipo discreto, menos físico, mais cerebral. Quando ele abandonou o jogo, vítima do HIV, restou o Jordan. E como não gostar dele, provavelmente o melhor jogador de sempre? Alguns dos seus movimentos desafiam a descrição, ele confundia-se com o próprio ar onde andava a maior parte do tempo, e, por isso, o seu nickname é justo. O seu número: 23. Já aqui falei disto, de como o 23 de Jordan passou - na altura, gritou-se heresia! - para James LeBron.

E, no entanto, não se tratou de heresia, mas de augúrio. Se ser o melhor é por vezes algo de vicário, em que estamos a cumprir, tanto quanto a cumprir-nos, então talvez o número 23 seja o melhor símbolo dessa encarnação do génio. Antes Jordan, agora LeBron. A quem também chamam, The Chosen One.

A Nike acredita bem que sim. Construiu todo o seu site de basketball em torno de LeBron. Por outro lado no jogo 5 dos play-offs, contra os duríssimos Pistons, LeBron marcou 48 pontos, incluindo os 25 últimos pontos. No jogo 6 os Cavaliers, com a sua preciosa ajuda e do magnífico pequeno base Gibson, chegaram à primeira final de sempre da NBA. A lenda pode começar a construir-se agora (embora estejam a perder por 0-2, nas finais).

Há uns anos voltei a jogar basket, desta vez em pleno Monsanto, para a vista compensar os momentos em que já tenho que ir andando para aguentar o ritmo. E às vezes joga-se com pessoal mais novo, com as inevitáveis t-shirts e ténis da modalidade. Muitas com o n.º 23 e nada mais. E dou por mim a pensar: Jordan ou LeBron?

É irrelevante. O n.º do génio é o 23.

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