O que anda a ler
O Jornal de Letras contém uma coluna, discreta, trivial com o mesmo nome que este post. Aí, quinzenalmente, três pessoas são convidadas a partilharem com o público o que andam a ler. Há cerca de dez anos, tempo terrestre, fui eu também um dos confidentes.
Mais do que relembrar o que então lia, lembro-me que expliquei, rapidamente, sempre estar lendo três livros: ficção, não ficção e poesia. Hoje ainda esse hábito se mantém.
Verdadeiro esfomeado de livros, encaro-os, como muitas outras formas de comunicação, como uma múltipla forma de expressão, com fins diversos.
Se a poesia é impossível de se ler, pois sempre se está lendo poesia -não podemos começar e acabar um livro de poesia, a poesia não tem princípio nem fim - já a oposição ficção/não ficção serve-me de guia entre funções diferentes de um livro.
Regra geral associo a ficção a um intuito de divertimento, passar o tempo, relaxar. Já a não ficção está normalmente associada a um desejo de aprender, de saber mais sobre um certo assunto. Sendo certo que são apenas tendências pois muito se pode aprender na ficção - penso imediatamente em Umberto Eco - e muito relaxante pode ser a não ficção.
Penso que a minha boa técnica tem sido alternar estes tipos de leituras, com alguma disciplina e truques simples.
Para dias de muito cansaço sempre ficção. Para o metro também ficção, excepto se a não ficção por leve e/ou urgente. A poesia, essa, não tem hora.
E, à noite, antes de deitar, deixar o impulso escolher. Leio sempre muito antes de me deitar.
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