quinta-feira, 15 de abril de 2004

Mas o que é afinal o Tempo senão Tudo?



A realidade é o maior dos labirintos. Suponho que essa era a maior das convicções de Borges, o maior dos apaixonados por labirintos após Minos.



Quando tentamos perceber a realidade logo começam as perguntas e, então, a filosofia. A realidade pensa-se ou sente-se. Eis o racionalismo e o empirismo. A realidade existe dentro de nós, em nós ou pelo contrário existe para além de nós? Eis o idealismo e o realismo.



Em comum a filosofia tem com a religião a busca por perceber o Grande Fiel da Balança. Deus ou deuses chamam-lhe as religiões. Perguntas e mais perguntas oferece a filosofia nas suas vastas áreas de estudo, da Estética à Moral passando pela Política ou o Direito.



Encontra-se em muitas religiões uma resposta simples: o Amor.



Neste contexto o Amor surge despojado do seu conteúdo sexual e romântico, até lamechas para se afirmar como um algo de cosmogónico. Aliás, o cosmogónico arquétipo, pois é ele que permite o Cosmos e impede o regresso ao Caos.



Este Amor mais do que É, permite Ser. Ele é a fonte de todas as leis do universo. E o seu dinamizador.



Se Tudo não é Amor, neste sentido, talvez se possa dizer que o Amor está sempre envolvido em Tudo.



O que pretendo dizer é que a crença de que existe algo que interliga todos os elementos do universo pode criar uma vontade de compreender (e mesmo aceder a) essa interligação. Eis o misticismo.

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