terça-feira, 16 de março de 2004

no próximo Domingo começa a Primavera. Quis o engenho humano que tal aconteça em um dos meus dois meses preferidos, Março, sempre com muito para contar. De hoje até lá partilharei alguns pensamentos sobre o início de mais um ano.



Breves notas sobre a chegada da Primavera - I



(algumas novidades, outras recordações)



1. O amor não nasce, cresce, reproduz-se e morre, qual ser vivo estudado em Meio Físico e Social. Bem ao contrário o amor sempre existiu e sempre existirá, eis o que é afinal a eternidade. E se de eternidade escrevo é porque o amor é afinal o que de mais não humano podemos acolher, a divindade de que podemos participar. O amor é iniciático, através de uma combinação inexplicável, um sortilégio mágico que nos permite, de um momento para o outro partilhar do universo. Como se todas as criaturas estivessem em nós, de uma qualquer forma, como pedaço de consciência, vontade, recordação, instinto.

Não é algo que se crie, que se construa - ao contrário das relações entre os seres humanos - mas algo que lhes subjaz e as conforma indelevelmente. O ser humano sempre o assim percebeu e por todas as línguas do Homem encontramos expressões que o demonstram. Estar tomado de amores mostra como nada em nós nasce e se desenvolva mas antes é tomado, com maior ou menor celeridade - mas isso é já a consciência do amor, um olhar para trás -

To fall in love é ainda mais expressivo. Cair no amor, como tomar o amor é, afinal perceber que o amor é um linha que se percorre, a que, por vezes, se acede, mas que tem o seu próprio sentido e direcção. O amor é uma linha, férrea, que nos permite percorrer o mundo, de outro modo, num outro ritmo, com uma outra visão.



2. É tempo de guardar os cachecóis, fazer a revisão à vespa, enviar os fatos de Inverno à lavandaria e guardá-los. Cortar um pouco o cabelo para estar mais fresco. Trocar as calças de bombazina por umas de ganga. A Primavera vem aí.

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